Enquanto a convenção do clima nada convenciona, o clima é mantido como está e como convém aos que convém até piorar, não importa para eles. As geleiras já choram a anos e só agora vemos em belos espetáculos televisivos suas lágrimas se esvairem num mar de lágrimas que secará em pouco tempo e tudo secará. Os últimos acontecimentos no cenário econômico, político e ambiental não nos torna muito otimistas em relação à permanência do atual modelo civilizatório que adentra o século XXI. A catástrofe, embora não desejada e até subestimada por alguns é uma possibilidade real, na visão de vários cientistas e pensadores em diversas áreas do conhecimento. Eu andei revendo a série de vídeos Earth 2100 da ABC News que aborda essas questões de forma impactante. Os produtores da série, entre os quais Danner Alexa argumenta:
"É uma idéia que a maioria de nós prefere que não enfrentemos - dentro do próximo século, a vida como a conhecemos pode chegar a um fim . Nossa civilização poderia se desintegrar, deixando apenas vestígios da existência humana moderna, para trás. Parece estranho, extremo - até mesmo impossível. Mas, de acordo com a pesquisa científica de ponta, é uma possibilidade muito real. E se não fizermos mudanças drásticas agora, poderá mesmo acontecer. Especialistas têm uma dura advertência: que, se não mudar de rumo, a "tempestade perfeita" do crescimento populacional, escassez de recursos e as alterações climáticas tem potencial para convergir no século seguinte, com resultados catastróficos."
Não pretendo assumir aqui uma postura catastrófica simplista, mas o painel que assistimos agora não parece muito animador, apesar de que, mantenho internamente uma confiança na potência de reequilibração e renovação da vida, mesmo com tudo que fazemos para aniquilar sua existência. Nossos irmãos ancestrais nativos americanos, por diversas vezes falaram dos ciclos que se iniciam e finalizam e em muitos relatos do legado desses povos o alerta para ajustarmos nossa convivência com o ambiente é muito claro, vide por exemplo a legendária carta do líder nativo de Seattle. O momento exige mudanças profundas e significativas, mas talvez aconteçam apenas após o colapso total dessa civilização como defende o biólogo Jared Diamond. Esse cientista que participou da produção da série Earth 2100 em várias entrevistas, argumenta, fundamentado em descobertas arqueológicas e diversos outros indícios, que o advento da agricultura, longe de ser o alvorecer de uma civilização foi de fato a sua auto-destruição. O artigo de Diamond: O pior engano da história da humanidade aborda muito bem essa questão e merece ser apreciado por todos que querem revisar essas questões tão caras para a humanidade. Atualmente tenho me aproximado dos argumentos do colega Diamond e enquanto isso vou tocando algumas canções na flauta nativa americana para estabelecer outro clima e vibrações nesse momento de climas instáveis e temerosos. Junto aos que tem alguma esperança no coração resgatemos a paz, a convivência equilibrada com todos os seres e desfrutemos das belezas da vida natural, enquanto nos restam possiblidades para tal. Giremos a roda da vida, no Círculo da Paz - Hunkapi e possamos vivenciar a paz ao som da flauta nativa americana!
Nenhum comentário:
Postar um comentário